Como montar a sua estratégia de poupança e investimento?
Talvez queira iniciar a sua estratégia de investimento mas não sabe por onde começar. Neste artigo vamos apresentar-lhe um conjunto de passos que certamente ajudarão a montar a sua estratégia de poupança e de investimento. Depois, basta começar. Simples?
Os objetivos são fundamentais na estratégia de poupança
O primeiro passo na construção da sua carteira de investimento consiste em perceber quais os seus objetivos. Para que está a poupar? Vai investir com que propósito? Perceber os seus objetivos é fundamental para definir quanto tem de poupar todos os meses, onde investir o seu dinheiro, o nível de risco que tem de correr, entre muitos outros. Em última análise, conhecer os seus objetivos irá servir como uma importante fonte de motivação pois sabemos os resultados que vamos atingir com os nossos esforços.
Conheça o seu perfil de risco
Poupar dinheiro não envolve grandes riscos. Tipicamente colocamos o dinheiro em aplicações financeiras sem riscos e estamos apenas preocupados em preservar o nosso capital. No entanto, investir implicará assumir riscos. Quanto mais risco assumimos maior o retorno que vamos exigir. Sendo certo que todos queremos ganhar muito, também é certo que são poucas as pessoas que estão dispostas a perder dinheiro. A escolha da sua carteira de investimentos está associada não só aos objetivos que se propõe atingir mas, também, ao nível de risco que está disposto a correr.
Conheça diferentes classes de ativos
Depois de saber o seu perfil de risco é altura de escolher as aplicações financeiras. Como irá perceber ao longo do tempo, o principal fator que determina o retorno da sua carteira é a escolha das classes de ativos e da sua proporção na carteira. Por norma, necessitará apenas de escolher entre duas ou três classes de ativos, são elas:
- Obrigações – Títulos de dívida que lhe conferem o direito de receber um juro periódico;
- Ações – Partes do capital social de empresas, que conferem o direito a receber um dividendo (se a empresa pagar) e a beneficiar da valorização da empresa.
Tipicamente, estas são as duas principais classes de ativos a constar numa carteira de investimento. Poderão existir outras, certamente, dependendo do nível de conhecimento de cada investidor. Por exemplo, se tiver interesse no investimento imobiliário, perceberá que as taxas de retorno podem também ser bastante interessantes.
Diversifique os seus riscos
Somos defensores de uma estratégia de investimento diversificada quer no que diz respeito à classe de ativos quer no que toca ao número de ativos dentro de cada classe. Diz a teoria económica que bastarão pouco mais de 15 ativos para ter uma boa diversificação dentro de uma classe de ativos. Neste contexto, falamos de dois tipos de risco:
- Risco de Mercado – O risco inerente ao investimento em determinado mercado. Por exemplo, quem investe em ações nos EUA estará sempre exposto ao risco do mercado norte-americano.
- Risco Específico – O risco que está associado a determinada empresa. Por exemplo, ao investir na Mota Engil está a colocar as suas esperanças em apenas uma empresa que se tiver problemas acabará por comprometer os seus objetivos.
A melhor forma de diversificar o seu risco passa por recorrer a fundos de investimento ou ETF (na prática, fundos de investimento cotados em bolsa). Com um baixo investimento diversifica o risco específico (porque o fundo investe em dezenas de ativos) e possivelmente o risco de mercado (se o fundo investir em diferentes geografias e classes de ativos).
Defina prazos de entregas e de acompanhamento
Com o curso dos seus investimentos vai ficar muito condicionado por questões de sentimento. Vai ficar retraído a investir quando os mercados estão em queda e vai ser tentado a investir nos ativos que mais subiram. Deste modo, sugerimos:
- Defina prazos de entrega – Se possível, tenha um programa automático que invista todos os meses ou trimestres sem a sua intervenção. Esta é a melhor forma de controlar as suas emoções. Com o tempo verá que se esquece do investimento, que se torna automático e passa despercebido;
- Defina períodos de análise – Defina à partida os momentos do ano em que fará afinações à sua carteira de investimentos. Poderá ser uma ou duas vezes por ano. Se tiver um nível de risco maior pode definir uma periodicidade maior. No entanto, não caia no erro de estar sempre a olhar para a sua carteira pois pode tomar más decisões.
Alertas para a melhor estratégia de poupança
Deixamos dois últimos alertas que consideramos muito importantes na sua estratégia de investimento:
- Invista apenas o dinheiro que não lhe faz falta. O mesmo será dizer que deve ter um capital para emergências ou imprevistos para não ter de mobilizar os seus investimentos antes do tempo;
- Escolha com cautela as sociedades gestoras a quem confia o seu dinheiro, tendo especial atenção à estrutura de comissões, sejam comissões de subscrição, de gestão ou de resgate.
Se cuidar cada um destes passos estará já numa fase muito avançada para que possa ter sucesso na sua estratégia de investimento. Com isto não dizemos que é fácil, mas antes que a probabilidade de sucesso será maior. No final, verá que é possível atingir a sua liberdade financeira.