Como determinar a taxa de retorno esperado num investimento?
Quem investe quer obter um lucro ou um retorno no investimento. Como sabemos, diferentes classes de ativos têm diferentes taxas de retorno esperado. Mas como determinar estas taxas de retorno? De seguido apresentaremos as fórmulas de cálculo que certamente ajudarão a tomar melhores decisões de investimento.
Porque falamos de taxas de retorno esperadas?
Focamo-nos em taxas de retorno esperadas na medida em que falamos de aplicações financeiras sem uma taxa de juro garantida. Por outras palavras, falamos de aplicações com risco e com taxas de retorno incertas. Podemos prever mas com grande probabilidade não acertamos.
Como determinar a taxa de retorno esperado?
A expetativa de retorno pode parecer um exercício teórico mas que é muito útil para triar diferentes aplicações. Em termos teóricos, para investirmos num produto com risco temos de ser compensados por assumirmos esse risco. Mas em que consiste essa compensação? Qual o valor mínimo que exigimos?
Ativo sem risco
O valor mínimo que exigimos num investimento com risco tem de ser o retorno que teríamos se aplicássemos o dinheiro num produto com capital e taxa de juro garantida. Por exemplo, se podemos fazer um depósito a prazo a uma taxa de 1% não faz qualquer sentido aceitar receber 0.5% no investimento numa ação. O motivo é simples: se assumimos risco temos de ser compensados. Sendo simples, durante muito tempo tivemos muitas pessoas a aceitar investir em produtos com taxas muito inferiores aos depósitos.
Prémio de risco
A compensação que referimos anteriormente é denominada de prémio de risco. Exigimos ser compensados através de um prémio de risco que será tanto maior quanto mais arriscado for o ativo. Por exemplo, vamos procurar uma maior compensação se investirmos em ações do que se investirmos em obrigações. O nível de risco é muito distinto, pelo que as nossas expetativas serão também distintas.
Colocando tudo isto em fórmulas:
Na equação, é o retorno do ativo sem risco e β (beta) é uma variável estatística que mede o risco do investimento face ao retorno do mercado. O mercado tem o beta de 1. Investimentos com menos riscos têm um beta inferior a 1, sendo que os investimentos mais arriscados têm beta superior a 1. Por exemplo, as ações de uma empresa distribuidora de eletricidade como a EDP tenderão a ser menos arriscadas do que empresas de construção como a Mota Engil. Logo, iremos existir um maior retorno para investir na Mota Engil do que na EDP.
Teorias à parte, o fundamental a perceber é que deveremos ser compensados pelo risco que incorremos, sendo que o nível de compensação depende do risco que iremos assumir. Quanto maior o risco de determinada aplicação financeira, maior a expetativa de retorno. Deveremos ser mais exigentes quando escolhemos os ativos a considerar para a nossa carteira de investimentos.
O que interessa isto numa estratégia de investimento?
A sua estratégia de investimento deve ter em consideração os seus objetivos, horizonte temporal de investimento, perfil de risco e características dos ativos a escolher. Não faz sentido comprar ativos cujo retorno esperado seja inferior ao retorno de ativos menos arriscados. Um exemplo ajuda a perceber. Atualmente a taxa dos depósitos a prazo aproxima-se dos 3%. Alguns investimentos arriscados têm retorno esperado de 4% ao ano. Fará sentido assumir risco para ter apenas mais 1 ponto percentual de retorno?
Se quiser ajuda a perceber como funcionam as diferentes classes de ativos, talvez faça sentido consultar os nossos mentores e formadores. Também pode ter interesse em ler mais sobre como montar uma estratégia de investimento.