Como gerir o risco na sua carteira de investimentos?

Se vamos investir com risco temos de ter a capacidade de montar uma carteira que nos permita viver descansados e gerir o risco dos investimento. O mesmo será dizer que precisamos de conhecer os diferentes perfis de risco, os diferentes riscos em que podemos incorrer e como diversificar os riscos hoje e ao longo da nossa vida. É sobre estes tópicos que iremos dedicar-nos de seguida.

Conhecendo o perfil de risco

Cada pessoa tem um determinado perfil de risco. Não existe um perfil que seja melhor do que o outro. Há pessoas que gostam mais de risco e outras que detestam a ideia de poderem perder uma ínfima parte do seu património. O fundamental é que conheçamos o nosso perfil porque seremos nós a viver com as consequências das nossas decisões. De notar, ainda, que o perfil é dinâmico e que varia de acordo com um conjunto de fatores, sendo os mais importantes o nível de conhecimentos (daí a importância da literacia de investimentos), a fase de vida da pessoa e a estabilidade financeira (daí a importância de dispor de um fundo de emergências).

O perfil de risco tem impacto na escolha das classes de ativos e da sua proporção no total da nossa carteira. Não significa isto que uma pessoa conservadora não possa ter uma parte do seu património numa aplicação com algum risco ou que uma pessoa mais agressiva não possa ter aplicações sem risco (o que até é recomendável para maximizar a relação risco / retorno). Diz-nos antes que devemos adequar a escolha da carteira ótima tendo em conta o risco dos ativos e o nosso perfil.

Finalmente, saiba que as diferentes aplicações financeiras costumam vir acompanhadas de uma classificação de risco em forma de número de 1 a 6, sendo o 1 o menos arriscado e o 6 o mais arriscado. Assim, o seu trabalho de análise fica mais facilitado.

Combinando diferentes ativos

Uma das melhores formas de gerir o risco de investimento passa por combinar diferentes classes de ativos, o que é denominado de diversificação de risco. A explicação é simples, aplicamos dinheiro em diferentes produtos para não concentrar o risco num único, garantindo que se um cai bastante temos ainda outros que poderão não cair tando ou mesmo valorizar. Neste contexto, deixamos alguns alertas:

  1. Combinar diferentes classes de ativos, como por exemplo aplicações sem risco, obrigações e ações;
  2. Investir através de aplicações de investimento coletivo, como os fundos de investimento ou os ETFs, garantindo assim uma ampla diversificação dentro da mesma classe de ativos e por diferentes classes;
  3. Evite o investimento direto em poucos ativos;
  4. Garanta que os ativos não estão correlacionados, significando que se um caí o outro cairá em proporção (por exemplo, comprar ações do BCP e do Santander não confere uma diversificação ótima pois falamos de empresas do mesmo setor de atividade).

Invista ao longo do tempo para gerir o risco temporal

Uma forma adicional de diversificar o risco passa por investir em diferentes alturas do tempo. Falamos aqui da diversificação no tempo, garantindo que não compramos um ativo no pico de mercado. Ou seja, alisamos os momentos de entrada. Procure que este investimento seja automático para, deste modo, retirar a emoção da equação. Será normal não querer investir quando vê o mercado a cair, se bem que essa pode ser uma boa altura para investir já que os ativos ficaram mais baratos.

Atenção à sua idade

Um último ponto quando falamos da gestão de riscos tem em consideração a nossa fase no ciclo de vida. Pessoas mais novas deverão investir com mais risco, pois têm mais tempo e menos capital em risco. Pessoas mais perto da reforma tenderão a investir com menos risco pois já estão na fase de desinvestimento. De notar, contudo, que cada vez mais esta realidade está mais distante pois podemos viver muitos anos enquanto reformados, pelo que podemos mesmo assim manter algum risco na nossa carteira.

Uma regra de bolso neste contexto poderá ser investir em ações a percentagem que resulta da seguinte fórmula:

110-Idade

Por exemplo, se tem 30 anos pode investir 80% da sua carteira em ações, baixando progressivamente a exposição a ações à medida que vai ficando mais velho. Sendo uma regra como outra qualquer, permite-nos ganhar sensibilidade para a necessidade de relacionar o risco da carteira com a nossa fase de vida. Se tiver um perfil de risco mais conservador poderá usar 130 em vez de 110 e se for mais agressivo pode baixar para 100.

Do exposto concluímos que deveremos investir de forma regular e automática, numa carteira diversificada, em aplicações de investimento coletivo como fundos de investimento e tendo em consideração a nossa idade e fase do ciclo de vida. Parece simples? Se precisar de discutir as suas ideias com o mentor financeiro não hesite e entre em contacto conosco.

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