Como interpretar as taxas de retorno dos produtos de investimento?

Cada investimento tem uma taxa de retorno associada. Uns investimentos rendem mais. Outros rendem menos. Outros ainda desvalorizam e fazem-nos perder dinheiro. Para comparar diferentes oportunidades de investimento temos um conjunto de fatores, sendo que um deles é a taxa de retorno. Hoje apresentamos-lhe as diferentes taxas de retorno do investimento.

Taxa de retorno nominal

A taxa de retorno nominal é a taxa de retorno que é publicitada por qualquer banco ou instituição financeira. Por exemplo, a taxa de retorno dos depósitos a prazo é de 1%. Ou a taxa de retorno de um fundo de investimento foi de 7% no ano passado. De forma simples, teremos uma fórmula de cálculo:

taxa de retorno nominal

De notar que aqui falamos de uma taxa de retorno para todo o período de investimento, uma taxa de retorno simples (por contraponto a uma taxa de retorno composta). Adicionalmente, as taxas de retorno nominal costumam ser taxas anuais. Ou seja, uma taxa publicitada de 5% é uma taxa anual. Se formos investir por um período de 6 meses, devemos dividir os 5% por 2, resultando numa taxa de retorno de 2.5% para o período.

Taxa de retorno real

A taxa de retorno real é uma taxa de retorno que tem em consideração o que o dinheiro pode comprar em dada altura. Como sabemos, €100 não compram hoje o mesmo do que compravam há 3 anos, isto porque a vida ficou mais cara. Porque tivemos o efeito da inflação. Logo, calcularmos a taxa de retorno real permite-nos perceber se ganhámos mais ou menos poder de compra com o nosso investimento (na realidade, investimos para isso mesmo).

De forma simples, podemos calcular a taxa de retorno real por uma aproximação:

taxa de retorno real

Perceber qual a taxa de retorno real é fundamental para avaliar a qualidade do nosso investimento. Como facilmente percebemos, não é o mesmo ter um retorno nominal de 5% num ambiente com taxa de inflação de 2% do que ter um retorno nominal de 5% num país com taxa de inflação de 12%. No primeiro caso tivemos uma taxa de retorno real de 3% e no segundo uma taxa negativa de 7%.

Taxa de Juro Simples

Nas secções anteriores já abordámos de forma superficial a taxa de retorno simples. Na prática, consiste na relação entre o valor final e o valor inicial. Esta taxa é a taxa que podemos ter em alguns produtos financeiros que não capitalizam/distribuem os rendimentos. Por exemplo, podemos investir €1.000 a uma taxa anual de 5%, o que implica recebermos €50 de juros todos os anos.

Taxa de juro composto

A taxa de juro composta é uma taxa de retorno que considera o reinvestimento dos rendimentos gerados em períodos anteriores. Num investimento de €1.000, com taxa de 5% a três anos em que os rendimentos capitalizam, teremos:

  • Valor Final do primeiro ano – €1.050
  • Valor Final do segundo ano – €1.102,05
  • Valor final do terceiro ano – €1.157,6

Como vemos, vamos obtendo juros sobre os juros recebidos em anos anteriores. Neste caso, temos uma taxa de retorno para os 3 anos de 15.7%, que compara com a taxa de 15% de juros simples. De notar, ainda, que a taxa de 15.7% corresponde a uma taxa anualizada de 5.23% que compara com a taxa anualizada de 5%.

É importante termos em conta que quanto mais tempo tivermos o capital investido maior será o efeito dos rendimentos compostos. Por exemplo, se o investimento durar 20 anos transformamos a taxa anualizada de 5% numa taxa anualizada de 8.27%.

Para facilitar os cálculos, a taxa de retorno composta é calculada como:

taxa de retorno composto

Na equação, N é o número de anos. Se quisermos saber o valor do investimento final bastará multiplicar o valor do investimento inicial pela taxa de juro composto. Usando o investimento acima, €1.000 investido a 5% durante 3 anos, temos:

taxa de retorno composto

É fundamental que consigamos calcular as diferentes taxas de retorno para que seja possível analisar o retorno dos seus investimentos e o retorno da sua carteira. É certo que existem inúmeras calculadoras de retorno e que o seu banco pode ter um resumo com a informação detalhada, mas temos de saber interpretar a informação para melhora a tomada de decisão. Depois, conseguiremos escolher diferentes investimentos, sejam fundos de investimento, investimento imobiliário ou outros ativos e começar a poupar e investir.

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